Rodoanel é defendido como solução para acidentes, mas gera preocupação ambiental

O Rodoanel Metropolitano voltou ao centro do debate público em Minas Gerais.

Durante audiência da Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços, parlamentares defenderam o projeto como alternativa essencial para reduzir acidentes e melhorar o trânsito na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Já representantes da sociedade civil alertaram para possíveis impactos ambientais na Represa Vargem das Flores, responsável pelo abastecimento de água da região.

Proposto como a maior Parceria Público-Privada da história do estado, o Rodoanel promete diminuir o tempo de deslocamento em até 50 minutos e reduzir o tráfego pesado no Anel Rodoviário.

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  • O subsecretário de Transportes e Mobilidade, Aaron Duarte Dalla, destacou que a obra busca “tirar o tráfego de caminhões do Anel Rodoviário” e, assim, diminuir acidentes e salvar vidas.

    Nos últimos dez anos, o local registrou 8 mil vítimas e 246 mortes.

    Entretanto, o projeto enfrenta entraves legais.

    A licença prévia concedida pelo Governo de Minas foi suspensa pela Justiça Federal até que ocorra a consulta às comunidades quilombolas impactadas, conforme prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

    O subsecretário explicou que o cronograma está paralisado enquanto o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) avalia os impactos e conduz o diálogo com as comunidades afetadas.

    Cristina Maria Oliveira, do Movimento SOS Vargem das Flores, criticou o projeto por colocar em risco a segurança hídrica da capital.

    Ela destacou que a represa é estratégica por não ser vulnerável a rompimentos de barragens e afirmou que a urbanização impulsionada pelo Rodoanel pode reduzir sua vida útil para apenas 23 anos, conforme estudo da Copasa.

    Rodoanel Metropolitano

    O Rodoanel Metropolitano terá cerca de 70 quilômetros de extensão, passando por oito municípios e investimento total de R$ 5 bilhões R$ 3 bilhões do Governo de Minas e R$ 2 bilhões do grupo italiano INC SPA, vencedor da concessão.

    O projeto segue em análise, dividido entre a promessa de benefícios logísticos e o alerta de riscos ambientais e sociais.

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