A Prefeitura de Belo Horizonte iniciou o processo de compra de 200 novos dispositivos sonoros para serem instalados nos semáforos da capital ainda este ano. Os locais onde os equipamentos serão instalados estão sendo definidos pela BHTrans em parceria com o Movimento Unificado de Deficientes Visuais (Mudevi).
Na campanha deste ano para o Maio Amarelo, o foco da Prefeitura de Belo Horizonte é o comportamento seguro dos pedestres no trânsito e os dispositivos sonoros nos semáforos são uma importante ferramenta para auxiliar a travessia de pessoas com deficiência visual e também dos idosos.
Os primeiros dispositivos equipados com essa tecnologia começaram a ser instalados na capital em 2017, na Área Central, como Praça Sete e Avenida Augusto de Lima com Avenida do Contorno (Instituto São Rafael). Atualmente, já são 630 equipamentos instalados em 79 locais, totalizando 314 travessias semaforizadas com avisos sonoros. Os locais equipados com essa tecnologia podem ser acessados on-line.
Dados preliminares do Relatório de Acidentes de Trânsito de 2023, indicam que houve 1.445 acidentes envolvendo pedestres em Belo Horizonte, com 37 mortes. O comportamento inadequado do pedestre é o principal fator para o atropelamento. Em função desta realidade, a campanha da Prefeitura deste ano, dentro do Maio Amarelo, traz mensagens dirigidas às atitudes dos pedestres no trânsito. Neste ano, o movimento tem como lema “Paz no Trânsito começa com você”.
Como funcionam os dispositivos sonoros
Por meio de um aviso sonoro, o equipamento indica o momento adequado para realizar uma travessia segura. Na calçada, antes de realizar a travessia, o equipamento de aviso sonoro (uma caixa amarela fixada no poste do semáforo para pedestres) irá emitir sons – “bip-bip”. Ele indica que a via está apta para a travessia segura do pedestre. Quando o tempo da travessia está terminando o aviso sonoro fica mais acelerado, portanto, o pedestre saberá que aquele momento não é adequado e seguro para iniciar a travessia. Quando não há sons, indica que o semáforo está aberto aos veículos e fechado para os pedestres.
Nas travessias que são realizadas em duas etapas, os equipamentos foram programados com dois tipos de som distintos. Deste modo, quando uma via está aberta para os pedestres a outra está fechada. Os dois sons ajudam os pedestres a verificar quando cada uma das vias está apta para a travessia segura.
Por meio de uma parceria entre a BHTrans com o Instituto São Rafael, um dos principais centros de referência da capital no atendimento especializado a pessoas com deficiência visual, e com o Movimento Unificado de Deficientes Visuais (Mudevi), são identificados os locais para a instalação dos dispositivos. Para o presidente do Mudevi, William Nascentes, o sinal sonoro representa mais um dispositivo de segurança para as pessoas com deficiência visual, garantindo mais autonomia ao transitar pela cidade. Ele ressalta que o dispositivo auxilia não apenas as pessoas com deficiência visual, mas também à população como um todo. “O aviso sonoro é mais uma forma de despertar as pessoas com relação à atenção que precisam ter na travessia”, diz William.
As pessoas com deficiência visual contam também com os aplicativos gratuitos SIU Mobile e o Cittamobi, que possuem funcionalidades que facilitam o deslocamento dessas pessoas no transporte público, permitindo mais autonomia, segurança e qualidade de vida.